segunda-feira, 29 de julho de 2013

E agora? Chegou a hora do desmame!



          Algumas mães preferem escolher o momento para parar de amamentar, enquanto outras deixam a decisão nas mãos do bebê. Os especialistas recomendam que o desmame seja feito por vontade da criança, a qual, segundo eles, dará sinais de que está pronta (física e emocionalmente) para deixar de mamar. Quando motivado pela mãe, o desmame requer muita paciência e pode levar algum tempo. Esse tempo varia muito de criança para criança, mas pode se estender de algumas semanas apenas a até seis meses.
          Desmamar uma criança não deixa de ser como uma longa despedida cheia de emoções misturadas -- às vezes dolorosas, às vezes liberadoras. O importante é que o desmame não signifique o fim da intimidade que você estabeleceu com seu filho durante o aleitamento. Você só terá que substituí-lo por outras formas de carinho. Se a hora da mamada servia para confortar o bebê, procure ler ou cantar para acalmá-lo. 
          Se puder, não estabeleça um calendário fixo para deixar de amamentar. Procure observar se seu filho já dá sinais de que está pronto para isso. Observe se ele demonstra menos interesse pelo peito, se já substituiu algumas mamadas por outros tipos de alimentos ou até se prefere brincar. Você, melhor do que ninguém, saberá julgar.

          E para desmamar o bebê, é preciso ir devagar. Os especialistas aconselham a não parar de amamentar de repente, porque a experiência pode ser bastante traumática para a criança e nada confortável para você. Passar, por exemplo, um fim de semana longe do seu filho não é uma boa forma de encerrar o aleitamento, já que poderá deixá-la com seios cheios demais e até levar a uma mastite. Também não há necessidade de artifícios como falar que está com peito machucado, colocar pimenta ou outras coisas como estas. É tão difícil falar a verdade para uma criança e sustentar esta verdade? Será que as mães não estão subestimando a inteligência de seus filhos e se infantilizando para “facilitar” o desmame para si próprias? Será que não fica mais fácil falar: agora não é hora de mamar, você poderá mamar mais tarde, antes de dormir ou ao chegar a casa?
          Se o bebê não mostra sinais de que está pronto para parar de mamar, o desmame possivelmente será enfrentado com resistência. Tente ser paciente. Lembre-se de que a amamentação não é somente fonte da nutrição da criança, é também de conforto. Tendo isso em mente, o melhor a fazer é ajudar o bebê a se ajustar à nova rotina. Você pode experimentar os seguintes métodos: 

-Só ofereça o peito quando seu filho demonstrar interesse. Se o bebê estiver distraído na hora da mamada ou se abocanhar o peito por segundos apenas, pode ser que esteja indicando que é um bom momento para parar. Pule uma mamada e veja o que acontece. Dê leite em um copinho ou na mamadeira. Você pode tirar seu próprio leite ou dar uma fórmula infantil (no caso de crianças maiores que 1 ano, o leite de vaca integral também pode ser oferecido). Ao ir perdendo uma mamada por vez, a criança tem tempo para se adaptar às mudanças. Sua produção de leite também vai diminuir gradualmente, sem deixar os seios ingurgitados ou com uma possível mastite (inflamação mamária). 

-Atrase as mamadas. Tente adiar as mamadas se estiver amamentando só de vez em quando. Quando seu filho pedir o peito, diga que não chegou a hora ainda e procure distraí-lo. Este método funciona bem com crianças um pouco mais velhas, com quem é possível tentar argumentar. Em vez de dar de mamar no começo da noite, espere até a hora de dormir.


          Parar de amamentar ou de mamar no peito, no caso do bebê deveria ser um processo simples que acompanha o desenvolvimento da criança, como largar as fraldas. Mas às vezes não é bem assim: a mãe sofre porque o filho pede algo que ela tem, mas não pode ou não quer mais dar; e o bebê acaba sofrendo porque, na verdade, o leite representa para ele muito mais que um alimento. É uma troca importante com a mãe, carregada de carga emocional.
          Quando está sendo amamentado, o bebê reconhece o corpo da mãe, do qual já era íntimo bem antes do nascimento. Ele está familiarizado com seu cheiro, sua temperatura e os sons, como os da digestão e dos batimentos cardíacos.
          Diante de qualquer desconforto que o pequeno venha sentir, o contato com o corpo da mamãe é o mais capaz de representar acolhimento. Por tudo isso, o Ministério da Saúde recomenda amamentação exclusiva até o sexto mês e que a criança continue mamando até os dois anos.
          Sem dúvida é um vínculo muito forte, mas chega uma hora em que é preciso parar, seja depois dos dois anos, ou no caso de mães que voltam a trabalhar, têm algum problema de saúde, engravidam novamente... É importante que a mamãe entenda que a amamentação representa tranqüilidade e segurança para a criança. Por isso, na época do desmame ela precisa estar muito presente, mantendo o vínculo e passando confiança ao seu filho porque o que ele realmente quer é proteção.
          Na situação ideal, a idade de dois anos não é escolhida de forma aleatória para o desmame. Nessa fase, a criança passa a conhecer os alimentos e a descobrir novos sabores, o que diminui as mamadas sem qualquer sofrimento.
          É também por volta dessa idade que ela começa a despertar o interesse pelo mundo a sua volta e passa a não sentir conforto somente com o peito da mamãe. Aos poucos ela o substitui pelo bichinho de pelúcia, por atividades como brincadeiras com algum familiar, carinhos da mamãe e do papai ou qualquer coisa que a distraia..
          Algumas crianças passam naturalmente a não aceitar mais o leite materno (o que facilita no processo do desmame). Nessa fase ele é curioso e por isso aceita bem o que lhe é oferecido. Começa a conhecer as texturas, os odores e as cores. Ele está descobrindo o mundo e progredindo. Isso torna tudo mais simples.
          Quando o desmame acontece antes dos dois anos, o cuidado deve ser maior. Muitas vezes a criança ainda não está preparada e pode encarar o final dessa fase como uma rejeição. Até o oitavo mês, o bebê entende que ele e a mãe são uma só pessoa. Por isso uma separação feita na época e de forma errada pode gerar traumas. Um dos segredos é redobrar os carinhos.
          A criança se sente importante no momento em que está sendo amamentada. Assim o instante da mamada pode ser substituído por alguma outra atividade em que a mãe dedique atenção personalizada. Pode ser cantar uma música, contar uma historinha. O papel do pai é fundamental para o filho nesse processo. Ele será uma espécie de ponte entre o bebê e o mundo e representará o que existe além do mundinho da relação mãe e filho.
          Algumas mães amamentam mesmo após os dois anos de idade. Depois dos dois anos, o leite materno deixa de ter importância nutricional e o ato tem apenas um significado sentimental. Mas a mãe precisa ter consciência de que deve permitir que o filho se desenvolva como uma pessoa independente dela. O ruim é se a mãe não souber impor limites e substitui alguma refeição pelo leite materno .

Passo-a-passo para interromper a amamentação

1. Nunca inicie o processo em momentos conturbados para o bebê. Situações como os primeiros dias na escolinha, a volta da mamãe ao trabalho, a separação dos pais ou enfermidade o deixa vulnerável e a amamentação tem uma função de equilíbrio emocional.

2. Não desmame de uma hora para a outra. Comece tirando uma mamada menos importante, como as do meio do dia. Atenção: se a mulher engravidar novamente, recomenda-se iniciar o desmame de forma lenta. Logo a criança perderá o interesse, pois o gosto do leite tende a mudar. 

3. Nas horas habituais das mamadas, não ofereça o peito até que a criança peça. Tente entretê-la com alguma atividade ou ofereça outra opção de alimento. Esta técnica permite uma redução gradual no número de mamadas. 

4. Procure diminuir a duração das mamadas. E depois de terminá-la, dê a seu filho um brinquedo ou sugira alguma atividade que ele particularmente goste. 

5. Troque o lugar onde normalmente costuma amamentá-lo e varie sempre. Assim, estimula a curiosidade dele.

6. A mamada antes de dormir ou no meio da noite no geral são as mais difíceis e as últimas a serem tiradas. Se a criança já tiver mais de um ano, toda vez que ela pedir para mamar de madrugada, repita que a noite foi feita para dormir. Caso a criança durma perto da mãe, o primeiro passo é afastá-la. O papel do pai é fundamental. É ele quem deve atender aos chamados do filho no meio da noite, ser paciente e resistente mesmo que ele chore.

          A maioria dos bebês faz a transição do peito para a mamadeira sem grandes problemas, o que não quer dizer que algumas crianças não saibam que aquilo que mais amam na vida está embaixo da sua blusa e simplesmente não aceitem outra coisa! Caso seu filho se enquadre nessa categoria, talvez você possa reconsiderar o desmame.
          Caso já tentado de tudo para desmamar seu filho sem obter êxito, talvez não tenha chegado a hora ainda. Muitas vezes sua volta recente ao trabalho ou alguma doença que esteja incomodando a criança sejam as causas de um apego ainda maior ao seu peito (e, na realidade, o aleitamento materno é ótimo para as crianças doentes).
          Grandes mudanças dificultam o desmame. Se algo estiver acontecendo na sua vida, pode ser que o melhor a fazer seja esperar pelo próximo mês para uma nova tentativa. Não se preocupe, esse é um processo natural do desenvolvimento do bebê e, de repente, ele dará sinais de que outras coisas serão mais interessantes.
          O peito pode ter se transformado num instrumento para acalmar a criança na hora da irritação ou da birra. Nesse caso, procure outras formas de tranquilizá-la, porque depois pode ficar mais difícil ela abandonar o hábito.
          Outra pergunta que você deve se fazer é se não é você quem está resistindo ao desmame. Os pediatras estão acostumados a ver a dependência da mãe à amamentação, principalmente no caso de caçulas. É difícil quando o seu bebê começa a deixar de ser bebê.
          E a culpa é sempre uma grande vilã nessa hora, principalmente se você não tem muito tempo para ficar com seu filho. Quando isso acontece, é a criança que acaba determinando a hora de parar de mamar no peito, mesmo que a mãe não queira.
          Com crianças mais velhas, é sempre possível tentar estabelecer regras e combinados, do tipo "Só vamos sentar para mamar na hora da sua soneca ou à noite" ou ainda "Você sabe que só vai mamar no peito da mamãe quando estiver escuro lá fora".
          Quando chegar a um ponto em que realmente não vai dar para esperar mais para o desmame, simplesmente fale para seu filho: "Agora que você cresceu não vai mais mamar no peito da mamãe, mas estou aqui para muitos abraços e beijinhos".
          Fique firme na decisão e esteja preparada para as lágrimas. Lembre-se de que não há nada que confunda mais uma criança do que a falta de rotina. E, se você ceder às lágrimas desta vez, só vai dificultar as coisas para uma próxima tentativa.

Beijos.
Fonte: Baby center e e-family

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