sexta-feira, 13 de junho de 2014

Vaidade infantil




Minha pequena Julia começou a se interessar por maquiagem desde muito cedo. Ao observar-me, ela começou a passar batom para imitar, depois veio o blush, a sombra e a vaidade dela não parou de crescer. Agora ela não só se interessa por maquiagem como também por esmaltes, melhor dizendo, por unhas decoradas; roupas, sapatos, bolsas e acessórios.

Gosta de opinar e montar os modelitos, como se isso não bastasse ainda tem que tirar foto do look do dia (com direito a mesma pose sempre) para postar no instagram, confesso que dessa parte eu adoro e foi euzinha aqui que começou a brincadeira, ela apenas tomou gosto.

Assim como muitas meninas de sua geração, Juju se cuida desde cedo. No entanto, apesar de enxergar a vaidade como uma coisa positiva e sem maldade, posso afirmar que devemos impor limites para que a preocupação com a aparência não se torne exagero.  Afinal, a sociedade e a mídia de certa forma incentivam as crianças a serem vaidosas desde pequenas, é bom lembrar e explicar que o exagero nunca é bom. Mostro para ela que ela é uma criança e não pode fazer tudo o que um adulto faz. A Juju é bem esperta e entende, dizendo que certos produtos são coisas de adulto.

Brincando de ser adulto

Devemos ter o máximo de cuidado para que a criança cresça com os pés no chão.Existe um excesso de badalação em torno da aparência, e isso tem consequências na formação de uma criança. As gerações anteriores tinham mais liberdade de brincar e de "ser criança", mas atualmente, com o confinamento em casa e o aumento da exposição à televisão e ao computador, o culto à aparência é cada vez mais estimulado. Os pais não ficam em casa, e as crianças precisam de modelos, de pessoas em quem se espelhar. Com isso, elas podem buscar o espelho nesses locais.

Imitar os adultos é natural e saudável. Portanto, a vaidade não é uma coisa ruim - desde que tenha limites. Seguir um modelo é muito importante para a constituição de uma identidade de gênero, mas as crianças precisam de tempo para serem apenas crianças. Os pais precisam preparar os filhos para o convívio em sociedade e a vaidade é apenas parte disso, não o mais importante. Um adolescente que só é valorizado pela sua aparência é injustiçado, e vice-versa. Os extremos são nocivos, e para evitá-los é preciso ter limites e manter os pés no chão sempre.

Muitas vezes os pais projetam seus próprios ideais nos filhos, o que pode ocasionar em excesso de vaidade. O consumismo da sociedade também é um grande responsável por tal acontecimento, Freud já havia dito que sempre se é filho da época em que se vive, e a nossa atualidade é marcada pelo predomínio da imagem, de forma que a perfeição passa a representar toda a felicidade do ser humano. O sinal de alerta dos pais pode começar a piscar quando a vaidade deixa de ser uma brincadeira e se torna uma necessidade. Se o que é característico da adolescência [como a vaidade] for antecipado na infância, isso pode gerar desequilíbrios e fragilidades.

Dicas sobre o assunto

Vale salientar que não é recomendado o uso de maquiagem em crianças com menos de dez anos. No entanto, é possível fazer uso seguro de produtos de beleza na
meninada. Existem cosméticos direcionados para o público infantil, como os produtos minerais, que não possuem conservantes e corantes.

Também é recomendado que a criança sempre remova os produtos da pele com água ou com demaquilante, já que a maquiagem pode obstruir os poros e facilitar o surgimento de alergias ou acne. No caso dos esmaltes, a dica é optar por produtos antialérgicos. O que não podemos deixar de incentivar é o uso de hidratante e protetor solar por baixo da maquiagem, para cuidar e proteger a pele desde cedo.

Beijos!!!

Fonte: Texto adaptado de Alô bebê

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